23.3.12

MAPA DO TRAJETO REALIZADO

RUMO AO DAYTONA BIKE WEEK

8.março.2012 - (mensagem de Flávio Faria)
Eu e meu amigo Gilson pegamos o voo para Miami pela empresa peruana TACA, por volta das 6 h da matina. Foi o melhor preço que encontramos na ocasião e a conexão em Lima foi excelente para esticar as pernas, usar banheiros limpos e fazer um bom lanche na área do freeshop do aeroporto peruano. Estávamos convencidos que isso era melhor do que passar metade do dia num voo direto, sem conexão. Foi no momento da volta a Brasília que descobrimos o melhor deste trajeto: não houve fiscalização da Receita Federal e não encontramos dificuldades para entrar com as nossas compras. Mas isso é assunto para depois. Chegamos em Miami por volta das 16 h (horário local), com o sol brilhando sobre nossas cabeças. Ficamos hospedados no hotel Hawaii, muitíssimo modesto, em North Miami Beach, ao lado da Avenida Collins, com excelentes opções de restaurantes e bares.

 (Gilson, Júlia e Maia (que foram no mesmo voo) e Rosane)
 (Eu e Rosane, despedida)
(Eu e Gilson, no Freeshop de Lima, Peru)
(em Miami, na rua do hotel)

22.3.12

PEGANDO AS MOTOS E A ESTRADA

9.março.2012 -
a) Saímos cedo do hotel para pegar as motos na locadora Eaglerider. Havíamos optado por duas BMW GS1200, que nos custou cerca de US$ 260/dia com todas as taxas. Alugar moto nos EUA é um assalto! O Maia e a Júlia pagaram US$ 55/dia por um Jeep Cherokee que carrega fácil meia dúzia de pessoas. Em outras palavras, o aluguel de uma moto sai mais caro que 5 dias de um bom automóvel. É duro, mas é o preço da paixão. No mais: "quem computa não desfruta!". "Quem converte, só come omelete e não se diverte!". Vamos deixar pra chorar no mês que vem, quando chegar a fatura do cartão de crédito. Por ora, só alegria. 
b) Montamos nas motos e pegamos a estrada por volta das 10 h da manhã. Fomos pela 95 North, guiado pelo GPS, que foi instalado exclusivamente na minha moto. Gilson vinha atrás, me seguindo de perto. Na locadora nos ofereceram capacetes "coquinho", que é proibido no Brasil. Pegamos dois deles e lá fomos nós, com o rosto totalmente exposto ao vento. Achamos curioso que na Flórida não há mosquitos e poucos motociclistas usam capacete. A rodovia é coisa de cinema. Um tapete. A velocidade é que é de doer: varia entre 50 e 70 milhas por hora (algo entre 80 e 112 km/h). Andamos cerca de 270 milhas pagando um único pedágio de US$ 1,25. Isso sim é um preço justo, bem diferente da roubalheira dos pedágios brasileiros.
c) Pegamos um pouco de chuva na estrada, mas até nisso tivemos sorte. Todos os momentos de chuva aconteceram nas proximidades de uma Rest Area (local de descanso muito comuns na rota) ou de um posto de gasolina.
d) Chegamos a Daytona Beach com o sol a pino e fomos para o hotelzinho contratado pelo booking, o Heritage Inn. Para variar, o dono era indiano e falava um inglês difícil de entender. Muita gente diz que na Flórida se fala espanhol em tudo quanto é canto. Isso é cascata! Em Miami, sim, quase todos falam porque 65% da população é de origem latina, mas saiu dali o inglês prevalece em todos os lugares. Na própria Eaglerider, acostumada a atender brasileiros, ninguém sabia falar espanhol. Logo que chegamos ao hotel em Daytona, tomamos um banho e fomos para a Main Street, um dos pontos mais efervescentes do encontro, lotado de bares, palcos e lojas de tudo quanto é tipo.


 (Gilson na Eaglerider)
 (Flávio na Eaglerider)
 (Gilson e as GS1200)
 (Gilson na estrada)
(Flávio na estrada)
(no hotel, tomando um vinho no final da tarde)

IMPRESSÕES SOBRE O DAYTONA BIKE WEEK

Entre 9 e 11.março.2012
a) Este foi o 75º Encontro Motociclístico de Daytona, que é realizado desde 1937. É um evento mega, com organização profissional tipicamente americana. Não é de se estranhar que 99% das motos sejam Harley Davidson, orgulho e paixão do motociclista norte-americano. Um ambiente de alegria, sem violência, com várias gerações de motociclistas perambulando de um lado para outro na maior paz. Pais, esposas, filhos, netos e papagaios andam juntos pelas calçadas, muito atentos à cada moto estacionada, sempre um bom motivo para comentários.
b) NÃO É PERMITIDO usar coletes com identificação de motoclubes. Pretende-se com isso evitar  discórdia entre os diferentes agrupamentos de motociclistas. Nos EUA é comum rivalidades entre motoclubes e no Daytona Bike Week a harmonia é norma respeitadíssima.
c) O evento é esparramado e ocorre simultaneamente em muitos lugares diferentes. Fomos a 4 deles,  conforme descrição a seguir: 

1) Na Main Street, uma rua de aproximadamente 2 km de extensão, onde só é permitido trafegar motos e pessoas a pé, acontecem os shows e a farra. Há muitas lojinhas e barracas que vendem basicamente camisetas, casacos, coletes, patchs, bolsas, etc. Se você quiser comprar um capacete ou uma bota de qualidade, ali não é o lugar. Mas se quiser encher a cara, ouvir blues e rock de primeira, este é o point. Mulheres belíssimas dançam sobre os balcões, mas não há nudez como muitos pensam. Só umbigos e pernas de fora (não postarei fotos). Os bons bares têm seus palcos exclusivos, por isso é possível ouvir uma gama de shows em diferentes estilos numa mesma noite, enquanto se bebe um jack daniels ou uma budweiser.





(fotos na Main Street)

2) Na entrada do Autódromo de Daytona é onde se pode fazer boas compras. A única concessionária no local é da Harley e, pasmem, ele deixam fazer test drive em quase todas as motos em exposição. Em Brasília, a concessionária não nos permite sequer sentar numa moto. Tinha fila para pilotar a V-Rod. Para engrossar o caldo, representantes de capacetes de marca, de escapamentos, profissionais de customização, etc. ficam sediados ali. Cada um com uma área respeitável para expor seus trabalhos. Um espetáculo para os apaixonados por motos e triciclos. Nem é preciso dizer que o local possui praça de alimentação e tudo que um cidadão faminto e sedento merece. Vale ressaltar que dentro do autódromo tem competição de motocross à noite.



(fotos no Autódromo de Daytona)

3) No lado oposto da entrada do Autódromo de Daytona ficam os estandes das demais concessionárias: Yamaha, Suzuki, Kawazaki, Honda etc (Harley não). Ali deu para ver alguns modelos que chegarão ao Brasil sabe-se lá quando (ou nunca). Conhecer o preço que se paga numa moto por aqui faz a gente ter vontade de chorar. No Brasil qualquer moto custa aproximadamente 3 vezes mais que nos EUA, ou  mais do que isso, a depender do modelo.


(fotos do outro lado do autódromo)

4) Na loja Harley Davidson, cerca de 20 milhas de Daytona Beach, é outro local inflamado e muito visitado pelos harleiros. As opções de customização desta moto são fantásticas! Sem qualquer exagero, existem nesta loja pelo menos 20 mil itens diferentes para venda imediata. É muito difícil ver uma Harley 100% igual à outra, por conta desta facilidade de se encontrar acessórios próprios para a personalização das máquinas.



(Elvis Presley, em bronze)



(opções para painéis de Harley)

(fotos na Loja da Harley Davidson)

SEGUINDO PARA CLEARWATER - FLÓRIDA

12.março.2012
Deixamos Daytona de manhã, sem pressa, em direção ao outro lado da Flórida, cidade de Clearwater, às margens do Golfo do México. Passamos antes por Orlando e Tampa e chegamos à cidade no meio da tarde. A primeira coisa que perguntei à gerente do hotel foi se a banda Creedence Clearwater era daquela cidade. Putz, a mulher (acho que mais velha do que eu) nunca ouviu falar desta banda. Pensei em cantar para ela: "I want to know. Have you ever seen de rain", mas não o fiz. O disco com esta música foi o único que vendeu mais que os Beatles nos anos 60. Depois, pelo google, descobri que o "Clearwater" da banda veio de uma marca de cerveja e não propriamente daquela localidade. Bom, a cidade é uma coisa linda. Mar belíssimo, limpo, areia muito branca, mas não é permitida a venda de bebida alcoólica na praia. O paraíso tem limite.

(Em Orlando)
(Disneyworld)
(Estrada)
(Em Clearwater)
(Clearwater)

VOLTANDO PARA MIAMI E ME PERDENDO DO GILSON

13.março.2012 
a) Rosane resolveu vir de última hora e iria chegar no voo das 16 h em Miami, e a gente precisava estar lá para pegá-la no aeroporto. Nem o nome do hotel ela sabia. Esse aperto no horário nos obrigou a sair de Cleawater ainda escuro, por volta das 6 h da matina, porque tínhamos 400 milhas para percorrer numa velocidade das mais lentas.
b) Pelos arredores de Tampa passamos por um cruzamento de 3 pistas na rodovia e o GPS só me avisou em cima da hora que era para pegar a pista do meio. Dei seta e entrei. O Gilson vinha atrás (sem GPS) e não conseguiu mudar de faixa, por causa de um carro que trafegava na lateral esquerda dele, que estava entrando para a direita. Eu fui para um lado e ele para outro. Nos perdemos no meio de um trânsito surpreendentemente pesado para aquele horário. Tive que andar 6 milhas para pegar o primeiro retorno. Na volta, outros cruzamentos e nada de encontrar o amigo. Refiz o caminho até Clearwater, mas demorei a perceber que o GPS estava mostrando uma rota diferente da que havíamos passado. Caraca, Gilson não fala uma palavra de inglês. Sem GPS, sem celular, sem mapa, como é que ele iria encontrar o caminho para Miami? As rodovias americanas são uma loucura em termos de cruzamentos, saídas, viadutos passando por cima e pelos lados. As placas só sinalizam locais próximos e não apontam as cidades mais distantes. 
c) Liguei para o 911, mas não entendi o que a policial tentava me explicar. Encontraram uma atendente que falava espanhol e me ela me disse que a polícia não poderia fazer nada a menos que o próprio Gilson "se declarasse perdido". E agora? O que fazer? Resolvi seguir para Miami pelo percurso que achei mais lógico. Cerca de 4 horas depois meu celular toca. Era o Gilson. Que alívio! 
d) Vejam como uma pessoa madura e tranquila age numa situação dessas. Pelo caminho, Gilson viu uma loja da Best Buy, em Tampa, entrou, comprou um GPS (com 15 minutos de carga), um mapa e um telefone pré-pago. Viu o mapa, me ligou dizendo que estava bem e que iria sozinho para Miami. Vez por outra ligava o GPS para tirar qualquer dúvida que surgisse, aproveitando a carga mínima do aparelho. No frigir dos ovos, Gilson chegou ao hotel em Miami 20 minutos depois de mim. Este cabra é o meu guru! Não existe aperto que abale sua tranquilidade. Ele ainda aproveitou para dar um pulo à praia de Fort Lauderdale para tirar umas fotos. Rosane chegou com 1 hora de atraso e aproveitamos a noite para jantar num local bastante agradável da Collins Avenue.



 (Fort Lauderdale)
 (Flávio e Rosane, em Miami)
(Em Miami)


PASSEIO A KEY WEST

14.março.2012
Era nosso último dia com as motos. Teríamos que devolvê-las na manhã do dia 15 e nosso desejo era aproveitar ao máximo. Resolvemos passar o dia no trajeto de 360 milhas até Key West, quase no mar das Bahamas. Essa rota é reconhecidamente uma das mais belas no mundo. Trafega-se por dezenas de ilhas interligadas por pontes ou aterros, com um marzão verde-claro dos dois lados. Uma coisa de doido! Em Key West, a última das ilhas, comemos deliciosa combinação de pescado, camarão e salada. Acho que foi nossa melhor refeição nos Estados Unidos.






(fotos na rota para Key West)

ÚLTIMOS DIAS

15 a 17.março.2012
Devolvemos as motos na Eaglerider por volta das 9 h. Como ninguém é de ferro, saímos para passear pelos shoppings e comprar algumas coisinhas para levar para casa. Muitas coisas interessantes e realmente baratas, comparadas com o Brasil. O mais caro por aqui são os táxis. De fato, nos EUA é preferível alugar um automóvel, porque raros são os deslocamentos de táxi abaixo de US$ 40,00. Em Miami, no hotel ao lado, encontramos com a galera dos Bodes do Asfalto, de Brasília (Marão, Brites, Pereira, Massa e suas esposas), que também vieram para apreciar o Daytona Bike Week. Tivemos um pequeno problema de logística, porque o check-out do hotel aconteceu às 11 horas, meu embarque e do Gilson foi às 16 h e o voo da Rosane só iria acontecer à meia-noite. Quero registrar nosso agradecimento de coração ao Pereira, Joana e Ingrid (dos Bodes) que emprestaram a chave do quarto deles para que a Rosane não ficasse desamparada até a hora do embarque. A volta foi muito tranquila e chegamos em Brasília pelo voo com conexão em Lima. Como já havia dito no início, não passamos por fiscalização da Receita Federal e não tivemos qualquer problema em entrar com nossas compras.
É isso. Deixo aqui registrada mais esta experiência deliciosa em nossas vidas, sempre alimentada pela nossa paixão por motocicletas e por viagens pelo mundo afora. Forte abraço.

(Miami Downtown)
(Gilson Wander abastecendo pela última vez)
(com a galera dos Bodes do Asfalto)